2015-09-26

A mãe dos cadáveres


A comovente história de uma mãe que dia e noite protegeu os cadáveres de seus filhos para não serem devorados por aves e animais selvagens.
II Samuel 21:1-14

No tempo em que Davi reinava em Israel, uma severa fome se estendeu por três anos consecutivos nas terras de Israel. Preocupado com a situação da sua terra, o rei Davi resolveu perguntar ao Senhor Deus por que a terra que manava leite e mel padecia de grave fome.

O Senhor respondeu a Davi que era por causa da casa sanguinária do antigo rei de Israel. O rei Saul e a sua casa cometeram muitos crimes e, mesmo ele já estando morto, o que ele e sua casa fizeram ainda incomodava o Senhor, principalmente, porque ele matou os gibeonitas.

Os gibeonitas eram estrangeiros que habitavam entre os filhos de Israel porque Josué fez uma aliança com eles de dar-lhes proteção de vida e , em troca, eles trabalhariam como servos dos israelitas (Josué 9:16-27).

Davi chamou os gibeonitas e perguntou-hes o que poderia ser feito para reparar todo o mal que o rei Saul lhes havia feito. Os gibeonitas disseram a Davi que não tinham intenção de matar qualquer pessoa em Israel, mas pediram sete filhos de Saul para serem enforcados em Gibeá.

Davi atendeu o pedido dos gibeonitas, no entanto, poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, que era muito amigo de Davi.

Para serem enforcados pelos gibeonitas, o rei Davi escolheu os dois filhos de Rispa, que era concubina de Saul, e os cinco filhos de Merabe, filha de Saul.

Os filhos e netos de Saul escolhidos foram levados pelos gibeonitas e foram enforcados no monte Gilboa perante o Senhor.

Depois que aqueles sete homens foram enforcados, os corpos ficaram pendurados ao ar livre. E sucedeu que vendo Rispa, a mãe de dois dos enforcados, que os cadáveres estavam abandonados, tomou um pano de saco e fez um abrigo sobre uma rocha. Com grande tristeza no coração, Rispa permaneceu sozinha naquela fria rocha por vários dias vigiando os corpos de seus filhos e dos outros enforcados, até o dia em que as chuvas de outono caíram sobre aqueles corpos mortos.

Todos os dias, incansavelmente, Rispa impedia que as aves e os animais selvagens se aproximassem dos cadáveres pendurados. De dia, ela afugentava as aves e, de noite, os animais selvagens. Ali no monte, sozinha com aqueles cadáveres, afugentando os animais, Rispa tentava também afugentar a dor de perder seus filhos. Até que os corpos entrassem em total decomposição, aquela inconsolável mãe abandonou sua rotina e seus afazeres para fielmente velar e proteger os restos mortais de seus filhos e de seus parentes.

O rei Davi muito se comoveu ao saber o que Rispa havia feito pelos cadáveres e, por isso, ordenou que se enterrassem decentemente os ossos de Saul, de seu filho Jônatas e dos sete enforcados .

As águas de outono e o choro de Rispa que se derramaram em abundância naquele monte, onde desfaziam-se sete cadáveres, sinalizaram a paz de Deus com a terra, pois a fome chegara ao fim.

A homenagem de Rispa aos sete cadáveres foi reconhecida pelo rei Davi e perpetuada nas páginas sagradas da Bíblia como memorial de um amor sem fim, que é o amor de mãe.

Fonte: http://historiasfantasticasdabiblia.blogspot.com.br/2011/06/historia-18-mae-dos-cadaveres.html

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