Vivemos numa sociedade
essencialmente precoce, na qual tem-se a ideia de que quanto mais cedo você
começar, maior a probabilidade de sucesso. É assim nos estudos, na profissão,
no esporte, na saúde. O fato é que isso induz as pessoas a acreditar que, da
mesma forma, nas relações humanas que envolvem afetividade, intimidade e
cumplicidade, quanto mais cedo for estimulada a descoberta do sexo oposto,
melhores serão os resultados em termos de satisfação pessoal.
A idéia de se buscar o
prazer cada vez mais cedo é uma filosofia perigosa, e o que é pior,
anti-cristã, e pode trazer prejuízos incalculáveis para a vida do adolescente.
Quando confrontados com a pergunta: “Qual é a idade certa para se começar a
namorar?”, um responde 11, outro 12, outro 14, e o que querem responder na
verdade é isso: “A idade certa é a idade que eu tenho agora!”
Como orientar essa galera
num assunto tão sério? Nada adiantará dizer que Metusalém nunca namorou, ou que
Jacó namorou quatorze anos com Raquel só olhando de longe, mas é preciso falar
de princípios bíblicos de santidade, responsabilidade, espiritualidade e
compromisso com a palavra do Senhor. Vejamos então:
O namoro não deveria
começar tão cedo. Ao explicar o porquê é preciso falar de algumas desculpas
usadas por pais ou por jovens para justificar o namoro entre adolescentes e até
entre pré-adolescentes.
Há quem diga: “Tenho que
namorar, pois ficar é pecado e eu não faço isso, pois sou cristão.” Falam como
se namorar fosse uma obrigação da qual jamais se pode abrir mão. É bom lembrar
que a Bíblia não fala de namoro, e sim de casamento, por isso o único fato que
justifica o namoro é o desejo de se unir em matrimônio. E, é claro, que alguém
com doze anos não está apto para pensar em casamento, além disso, não tem
maturidade para lidar com as tentações, nem com as responsabilidades e
santidade que um relacionamento dessa natureza exige. Ele não tem como sustentar
uma família e ela não sabe administrar uma casa, além disso, ambos não têm
capacidade para criar filhos, no sentido amplo do termo.
Disso surge uma pergunta
honesta: Pra que namorar se você não pode casar e nem pensar em casamento
agora? Pra que investir tempo numa relação imatura, só para dar vazão aos
apelos da carne? Para os que dizem "não vamos casar agora, mas podemos nos
casar daqui há alguns anos", é preciso ressaltar que o namoro muito
demorado desenvolve naturalmente certa intimidade perigosa, certa liberdade que
tende a crescer gradativamente, e isso exigirá espiritualidade para resistir às
tentações.
Também há alguns pais que
afirmam: “Achamos melhor permitir o namoro, para que eles não fizessem tudo
escondido.” Mas por que eles querem tanto namorar? Só para “beijar na boca e
ser feliz”? Só para ser igual a seus amigos descrentes? Só para provar a sua
identidade sexual? Só por que os hormônios estão fazendo cócegas na barriga?
Estimular essa busca é
como brincar com o perigo. É preciso, ao invés da permissividade, ensiná-los a
investir em valores morais, intelectuais e espirituais que vão construir o
caráter espiritual das suas vidas. Lembremos do que a Bíblia diz: “Por que vós
irmãos, fostes chamados à liberdade, porém, não useis da vossa liberdade para
dar ocasião à carne.” (Gálatas 5:13)
Namoro é namoro. Não tem
o caráter definitivo que tem o casamento e nada impede que haja um rompimento
sem resultar em enlace matrimonial, mas isso não autoriza o adolescente a se
tornar um “predador”, como se fosse um centroavante matador, esperando na boca
da área a primeira bola que passar para fazer mais um gol. Pelo contrário, a
intenção dos cristãos ao iniciar um namoro deve ser o casamento, principalmente
porque este senso de seriedade evitará a leviandade e estimulará as orações. O
ideal é que, se não der certo, possam conviver na igreja sem mágoas, vergonha
ou ressentimentos, o que só acontece num namoro santo. Assim, se não posso
casar, namorar só por namorar é o mesmo que ficar, só muda a rotatividade de
parceiros. Muitos adolescentes e até jovens já maduros estão namorando sem
nenhum propósito definido, somente para amenizar a solidão, e acabam ficando
nessa situação por longo tempo, e quando saem dela, sempre deixam alguém
ferido, seja no sentimento, seja na consciência. Isso não é namoro, é enrolo.
Seria essa a vontade de Deus?
Após essas considerações, deixamos algumas
orientações bíblicas para o adolescente que deseja agradar a Deus nessa área:
1.Namorar não é a coisa mais importante da vida. Seja saudável e
aproveite a adolescência para cultivar amizades sinceras e desinteressadas.
(Mat 6:33; I Cor 15:33).
2.Preencha sua mente com coisas espirituais, medite na Bíblia todos os
dias, e faça dos seus ensinos uma prática de vida. (Filipenses 4:8).
3.É hora de estudar para construir o seu futuro. Leve a sério seu preparo
intelectual. Ele o ajudará tanto nas coisas espirituais, quanto nas gerais.
(Eclesiastes 3:1).
4.Busque conselhos em irmãos espirituais, para que suas decisões sejam
maduras e não precipitadas. (Provérbios 15:22).
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